Quatro anos atrás, a Braskem
lançou, a partir do Rio Grande do Sul, um produto revolucionário para a
indústria petroquímica: o plástico verde, oriundo de cana-de-açúcar, uma fonte
renovável. Hoje, a companhia busca expandir a tecnologia. A capacidade produtiva
da planta de Triunfo (RS) é de cerca de 200 mil toneladas por ano e ainda há
possibilidade de realizar parcerias para desenvolver o uso do plástico verde em
novos produtos. O mercado adere com velocidade à solução. Em julho, foi firmado
acordo para que a Braskem forneça polietileno de baixa densidade (PEBD) para
compor as camadas protetoras das embalagens da Tetra Pak no Brasil. Assim,
todas as embalagens produzidas pela empresa no país – cerca de 13 bilhões por
ano– serão compostas por 82% de materiais oriundos de fontes renováveis.
Variedades de polietileno
A Braskem é a única fabricante de
polietileno proveniente de fonte renovável no mundo. O produto apresenta as
mesmas características do polietileno convencional, tanto no processo produtivo
dos setores transformadores quanto na capacidade de reciclagem. Além disso, o
desenvolvimento do polietileno sustentável (PE Verde), que usa como
matéria-prima o etanol da cana-de-açúcar, tem propriedades mecânicas e
capacidade de processamento iguais às da resina petroquímica. Assim, quem
compra esses polímeros não precisa alterar seus processos e nem investir em
maquinários. Os segmentos que mais demandam a novidade são os de cosméticos,
alimentos, higiene, limpeza e varejo. A partir deste ano, a Braskem vai disponibilizar
novas variedades de polietileno. Uma delas é o polietileno de baixa densidade
(conhecido pela sigla PEBD). A empresa produzirá cerca de 30 mil toneladas
anuais, que vão se somar ao polietileno de alta densidade (PEAD) e ao
polietileno de baixa densidade linear (PEBDL). Futuro verde
Um dos trunfos da Braskem – e da
indústria petroquímica brasileira como um todo – é o fato de o Brasil ter
produção farta de etanol da cana-de-açúcar. A capacidade de produção da empresa
também aponta para a perspectiva de um futuro mais verde: hoje, ela produz
apenas 200 mil toneladas por ano do etanol – no futuro, pode chegar a 7,7
milhões de toneladas. No total, 80% do polietileno verde é exportado. Conforme
Milena Tudisco, diretora de marketing estratégico e desenvolvimento de negócios
da Braskem, no Brasil ele é consumido por empresas que desejam agregar valor às
suas marcas e produtos, como J&J, Natura, Kimberly Clark, Danone, Faber
Castell e L’Occitane, entre outras.
Liderança até 2020
O fato de ser um produto de alto
valor agregado torna sua reciclagem ainda mais importante. “Assim como a resina
petroquímica, o PE Verde é 100% reciclável e, de fato, pode ser reciclado
normalmente nos processos atuais existentes. Além disso, o fato de o PE Verde
não se biodegradar faz com que o CO2 capturado durante o cultivo da
cana-de-açúcar permaneça fixado por todo o período de vida do plástico”,
salienta Milena Tudisco. Atualmente, a empresa está empenhada em pesquisas para
produzir outros produtos com matérias-primas renováveis. “O Brasil apresenta um
potencial bastante relevante para o desenvolvimento desta indústria e os
processos biotecnológicos devem prover a capacidade para o seu aproveitamento.”
A visão de negócios da empresa tem como objetivo a liderança global em química
sustentável até 2020.
Fonte: Revista Amanhã – Portal
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