A produção física de
transformados plásticos no país deve crescer entre 1,5% e 2% neste ano,
enquanto o consumo aparente nacional poderá avançar entre 6% e 7% no mesmo
período, de acordo com previsão da Associação Brasileira da Indústria do
Plástico (Abiplast). Se essas projeções se confirmarem, as importações, mais
uma vez, terão abocanhado uma parcela expressiva da demanda doméstica
adicional, alerta o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho. "A
cada três anos, dobra o déficit da balança do setor. Os importados continuam
atendendo ao crescimento da demanda", ressalta Roriz. Em 2013, conforme
estimativa da Abiplast, a produção física de transformados plásticos cresceu
1,6%, para 6,76 milhões de toneladas, segundo dados preliminares. Ao mesmo
tempo, o consumo aparente avançou 9,1%, para R$ 66,3 bilhões.
Contrato da Braskem
Os números da balança comercial
de plásticos no ano passado comprovam esse cenário, segundo estimativa da
associação. De janeiro a dezembro, as exportações de transformados alcançaram
US$ 1,44 bilhão, com expansão de 7% na comparação anual. Em volume, o
crescimento foi de 7,1%, para 255 mil toneladas. Do lado das importações, a
alta no acumulado do ano foi de 6%, para US$ 3,8 bilhões - com evolução de 3,2%
em volume, para 731 mil toneladas. Diante disso, o déficit comercial alcançou
US$ 2,36 bilhões no ano, com crescimento de 4,8%. Em real, a alta foi de 14,7%,
para R$ 5,05 bilhões. O avanço dos importados, contudo, não é o único desafio
do setor neste ano. A renegociação do contrato de fornecimento de nafta da
Petrobras à Braskem, que vence no primeiro semestre, poderá afetar a
competitividade de toda a cadeia petroquímica brasileira, na avaliação de
fontes da indústria.
Repasse de alta
A Petrobras, segundo fontes,
estaria tentando repassar à Braskem, que compra anualmente cerca de 7 milhões
de toneladas de nafta da estatal, o custo para trazer a matéria-prima do
exterior, o que poderia elevar os valores contratados em cerca de 5%. E essa
alta, conforme um interlocutor, seria repassada ao preço das resinas vendidas a
transformadores, uma vez que a petroquímica não teria condições de absorver o
custo superior. "Esse será um prejuízo a todos os brasileiros", avalia
Roriz. "O resultado disso será o maior volume de transformados importados
que chegam prontos ao país". Ao longo de 2013 até setembro, conforme a
Abiplast, os preços das resinas termoplásticas no mercado brasileiro subiram em
média 18%, na esteira do câmbio e da valorização dessas matérias-primas. Por
outro lado, o preço médio dos transformados plásticos avançou 4,55%.
Fonte: Valor B3
Nenhum comentário:
Postar um comentário