Termofixos são uma espécie de
celebridade quando se trata de materiais resistentes. Eles revestiram a cápsula
da Apollo 8, costumam ser usados na produção asas de avião, supercolas e isolam
uma série de eletrônicos, como smartphones. Um único problema: por ser um
plástico resistente ao calor, não havia como reciclá-lo. A rigidez do material
não se alterava com a temperatura, diferentemente dos termoplásticos, por
exemplo, que amolecem e se fundem.
Em um artigo publicado na revista
Science na última semana, no entanto, pesquisadores da IBM anunciaram a
descoberta do primeiro termofixo reciclável. E ele é tão poderoso e resistente
quanto seus antecessores. Mas com um calcanhar de Aquiles: quando mergulhado em
ácido, volta a seu estado de massa original. "É o primeiro exemplo de um
termofixo reciclável que tenhamos conhecimento", comemora Jeannette M.
Garcia, membro da equipe de pesquisa da IBM e principal autora do artigo, em
entrevista à Popular Mechanics. "Se a IBM tivesse isso há 15 anos, teria salvado
quantidades inacreditáveis de dinheiro." "Esse termofixo vai
redesenhar nossa maneira de pensar sobre a reciclagem" diz Timothy Long,
acadêmico.
O mais inusitado
A descoberta foi um acidente.
Jeannette Garcia estava trabalhando em outro tipo de polímero quando a solução
em seu frasco endureceu de repente — ela se esqueceu de adicionar um reagente à
mistura. A princípio, ela não tinha certeza de que havia criado um novo
polímero, mas com a ajuda da equipe de química computacional da IBM, teve a
confirmação. O novo termofixo ganha pontos por ser uma alternativa reciclável
menos cara em relação aos favoritos do mercado. Os fabricantes, contudo, podem
ser relutantes em adotá-lo.
"A indústria é sempre
resistente à mudança", diz Timothy Long, professor de química na Virginia
Tech, que não esteve envolvido com o estudo. Uma das vantagens do polímero da
IBM, para ele, é que faz uso de materiais que já são amplamente aceitos na
indústria. "Esse é um elemento importante da descoberta", diz.
"Esse termofixo vai redesenhar nossa maneira de pensar sobre a reciclagem".
Fonte: Galileu - Portal
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