Após três anos consecutivos de
tendência de estabilidade, a demanda brasileira por resinas termoplásticas teve
forte alta em 2013. O consumo aparente nacional (CAN), medido pela soma de
produção e importação, menos as exportações, atingiu 6,533 milhões de toneladas
em 2013, um salto de 10,9% em relação ao ano anterior. Desde 2010, a demanda
interna oscilava na casa de 5,8 milhões de toneladas anuais consumidas de
polietilenos (PE), polipropileno (PP), policloreto de vinila (PVC),
poliestireno, EVA e PET em grau garrafa. Embora o crescimento tenha sido
expressivo, os números de 2013 sugerem uma compensação da estabilidade vista
entre 2010 e 2012. "Do ponto de vista econômico, tal crescimento (2013)
indica uma elasticidade superior a quatro vezes em relação ao desempenho do PIB
nacional do ano passado, o que também é bem superior à média histórica do
segmento, que se situa ao redor de duas vezes", ponderou a Abiquim.
Produção nacional cresceu 2,9% em 2013
Quando considerado o período
entre 2010 e 2013, o crescimento médio do CAN cai a 3,6% ao ano, mais alinhado
à relação histórica com o PIB. O estudo divulgado nesta quarta-feira, 12,
revela que o aumento da produção e a queda das exportações contribuíram, mas
foi principalmente a elevação das importações que impulsionou o CAN em 2013.
Segundo a Comissão de Resinas Termoplásticas (Coplast) da Abiquim, a produção
nacional cresceu 2,9% em 2013 na comparação com o ano anterior e atingiu 5,886
milhões de toneladas de resinas. As importações, por sua vez, saltaram 20,7%,
para um total de 1,767 milhão de toneladas. Já as exportações encolheram 13,1%
a um montante de 1,121 milhão de toneladas.
Déficit
Como resultado, o déficit do
setor atingiu a marca de 646,2 mil toneladas, o que representa um acréscimo de
271,3% em relação a 2012. "O ponto de maior preocupação reside no fato de
que a taxa de crescimento do déficit na balança comercial de resinas
termoplásticas, em volume, de 38,9% ao ano entre 2010 e 2013, subiu dez vezes
mais rápido do que o crescimento da demanda interna", alerta em nota a
diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Corriello
Ferreira. A taxa de utilização do setor encerrou 2013 em 81%, apenas um ponto
porcentual acima da marca de 2012.
Concorrência
Os números da Abiplast mostram
que, embora o ambiente de negócios no setor de resinas termoplásticas tenha
apresentado recuperação em 2013, a situação ainda é desafiadora para os
fornecedores nacionais. Afinal, a maior parte do crescimento da demanda foi
atendida por produtos importados, que já respondem por 27% do mercado nacional.
As vendas internas, categoria na qual estão incluídos o consumo cativo e a
venda interna para exportação (VIPE), cresceram apenas 4,9% em 2013, menos da
metade da expansão do CAN e a apenas um quarto do ritmo registrado pelas
importações. Foram vendidas localmente 4,661 milhões de toneladas de resinas.
Redução de custo
Os números de 2013, nesse caso,
também sugerem uma recomposição perante os fracos números de 2010 a 2012.
Graças ao ano passado, o crescimento médio do setor no acumulado de 2010 a 2013
ficou em 1,4% ao ano. "A Abiquim espera que as medidas que vêm sendo
defendidas dentro do Conselho de Competitividade possam reverter essa situação,
transformando as oportunidades de crescimento da demanda em elevação de
produção, num primeiro momento, e novos investimentos, no futuro próximo",
destaca a executiva, em referência a uma série de medidas consideradas
necessárias para que a competitividade desse setor seja retomada no Brasil.
Entre elas, a redução de custo das matérias-primas.
Fonte: Agestado
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